segunda-feira, 14 de maio de 2007

Tentativa de estupro - Faculdade de Engenharia Química

Prezados Leitores, dia 11 de abril de 2007 após defesa de exame de qualificação sofri uma tentativa de estupro no estacionamento da FEQ.
Ao sair do bloco D, fui caminhando e conversando ao telefone celular (distraída) e não percebi um homem branco me observando. Ao entrar no carro, desliguei o aparelho e liguei o veículo. Assim, esse homem branco de cabelos castanhos que estava de calça jeans, blusa polo azul marinho ou preta, óculos escuro e segurava uma sacola de papel se aproximou pelo lado esquerdo do meu veículo e falou que o peneu estava furado. Não acreditei que fosse mentira, desliguei o carro e abri a porta. Nisso ele me empurrou para dentro do meu veículo, em contrapartida eu o empurrei para fora e novamente ele me empurrou. Dessa segunda vez ele conseguiu entrar e colocou uma pistola na minha cabeça. Ele gritava para eu ligar o carro e dizia que tinha saído de um presídio e que queria tirar o atraso comigo. Quando ele falou que iria me violentar, no momento de pânico tirei a pistola que estava apontata para minha cabeça. Consegui tirar o pente do revolver e joguei-o para fora do carro. Apanhei muito!!! Consegui tirar a chave da ignição e tambem a arremessei, por fim consegui sair do carro pelo lado do carona e gritava pedindo ajuda. Só quando cheguei próximo ao ponto de ônibus apareceram pessoas para me ajudar. Fiquei toda machucada e tive de levar alguns pontos na cabeça. O homem ainda esqueceu o boné no meu carro, e um a capus preto.
Fui atendida no CECOM, tive de ir á delegacia denunciar e também no IML para fazer exame de corpo de delito.
Escrevo para dar meu depoimento pois acreditamos que dentro da Universidade isso não acontece e queria alertar as mulheres para que não ficarem tão distraídas ao se dirigirem aos seus automóveis.
Felizmente o homem não fez comigo o que queria!!!

Por Sacha (pseudônimo).

sábado, 12 de maio de 2007

Sobre denúncias e relatos

Esse blog não tem o objetivo de fazer denúncias formais de casos de violência sexual.

As denúncias formais, como muitos já sabem, são extremamente delicadas e envolvem um processo legal bastante complexo. Além disso, muitas das vítimas podem não desejar enfrentar o árduo processo que envolve uma denúncia formal.

Assim, as identidades das pessoas envolvidas (tanto das vítimas quanto dos agressores) nos relatos que publicaremos aqui serão mantidas no anonimato.

O principal objetivo desse blog é reunir e pôr em evidência as histórias de violência real que muitas vezes só conhecemos à boca pequena. Queremos chamar a atenção para a freqüência com que esses casos ocorrem, bem como para as conseqüências e o sofrimento causados às vítimas.

Por outro lado, creio que eu e várias pessoas envolvidas nesse blog estamos dispostos a apoiar as vítimas de violência que queriam fazer as denúncias formais no que for possível.

Assim, todos os interessados em partilhar suas histórias de forma anônima, ou em fazer denúncias formais, entrem em contato conosco através do email: chegadeviolênciasexual@gmail.com .

Quem encaminhar relatos, por favor, escolha um pseudônimo para assinar o depoimento no blog. Assim, garantimos que sua identidade seja protegida, e ao mesmo tempo, identificamos o relato com uma pessoa específica.

A propósito desse blog

Eu queria tomar a liberdade e a palavra pra dizer o quê estou fazendo aqui.

Estou aqui porque estou indignada, verdadeiramente p. da vida. Tenho ouvido muitas histórias de assédio, violência e avanços sexuais agressivos de forma geral. Histórias excessivamente freqüentes.

Essas histórias permanecem subterrâneas, e a gente percebe um tom meio pessimista e conformado, como se esses casos fossem parte de tantos outros absurdos que a gente aprende a passar por cima e engolir a contragosto porque não encontra meios de enfrentar.

Eu tenho a forte convicção de que esses problemas também são meus. E de que, se não temos meios para enfrentá-los, podemos muito bem batalhar pra construí-los.

Fiquei muito feliz quando encontrei outras pessoas com a mesma indignação, e a mesma vontade de tomar uma atitude.

Esse blog é uma tomada de atitude, de posição.

E é aberto a todo mundo, independente de classe, raça, cor, convicção religiosa ou política ou orientação sexual. Porque esse é um problema tão meu quanto de todo mundo, e ninguém tem o direito de reservar essa briga pra um segmento ou grupo x ou y. Da mesma forma que temos que enfrentar as deficiências das instituições, as brechas na lei, os empecilhos burocráticos, um sistema que muitas vezes violenta mais ainda as vítimas da violência quando procuram denunciá-la, bem como es crenças e preconceitos entranhados no senso comum que mesmo inadvertidamente são cúmplices dessa violência, acredito que temos que ultrapassar nossas próprias fronteiras sectárias e bairrismos, em nome de um interesse comum.

E esse interesse, do meu ponto de vista, é denunciar, pôr às claras e em debate, propor medidas e ações contra a violência sexual, seja ela assédio, abuso, estupro, homofobia ou atentados violentos ao pudor de todas as espécies.

É por isso que estou aqui.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

DENÚNCIAS

Se você sofreu qualquer tipo de abuso sexual, envie um e-mail para: chegadeviolênciasexual@gmail.com
Deixe a sua história registrada e incentive outras pessoas a fazer o mesmo.
Não se preocupe, sua identidade será preservada.

terça-feira, 8 de maio de 2007

O que fazer nos casos de estupro?

- Não se lave, nem tome banho e guarde as roupas que estava usando (para não limpar as provas);

- Dirija-se à Delegacia da Mulher, Av.Governador Pedro de Toledo, 1161 -Campinas Telefone: 32425003/32427762. A Delegacia da Mulher funciona de seg. à sex. das 9hs às 18hs. Em outros horários, procure a delegacia + próxima. É muito importante que o Boletim de Ocorrência seja realizado o quanto antes. Na Delegacia, solicite um guia para ser examinada(o) no Instituto Médico Legal (IML);

-Encaminhe-se ao IML (muitas delegacias oferecem esse serviço) mesmo se não existirem marcas visíveis de violência, é importante para a vítima realizar o exame de corpo de delito.

- Procure um pronto atendimento (CAISM/ HC da Unicamp ou Hospital Ouro Verde) para garantir a prevenção da gravidez por estupro, as DSTs/AIDS/hepatite. Lá você também receberá assistência psicológica e social;
ATENÇÃO: o cuidado deve ser realizado antes de 72hs!

Todo esse processo é gratuito e a vítima tem direito à companhia de uma pessoa amiga ou da família.
DENUNCIE! JAMAIS SE CALE! NÃO SE OMITA!